Toda blockchain utiliza o que chamamos de mecanismo de consenso para validar as transações antes de adicioná-las ao banco de dados distribuído. Os mecanismos mais populares hoje são a Prova-de-Trabalho (PoW) e a Prova-de-Participação (PoS). Enquanto o PoW exige que os mineradores resolvam quebra-cabeças criptográficos complexos, o PoS utiliza um sistema de contribuição de tokens de criptomoeda dos validadores.
PoS é considerado um mecanismo de consenso mais rápido, eficiente e melhor adequado à escalabilidade. Essas são apenas algumas das razões pelas quais foi adotado pela Ethereum, uma das maiores blockchains do mundo, para substituir seu sistema PoW anterior.
Neste guia da AAG Academy, explicaremos como o mecanismo de prova de participação funciona e como ele difere da prova de trabalho.
No início da criptomoeda, o mecanismo de consenso para todas as blockchains era a Prova-de-Trabalho (PoW) – um conceito trazido à vida pelo Bitcoin em 2009. Não entraremos em detalhes aqui sobre este mecanismo, pois temos outro guia da AAG Academy dedicado a isso, mas em poucas palavras, PoW depende de mineradores para resolver quebra-cabeças de criptografia complexos para validar transações de criptomoeda. É um processo demorado e requer um hardware potente.
Em 2012, três anos após a estreia oficial do Bitcoin, Sunny King e Scott Nadal publicaram um artigo descrevendo um novo mecanismo de consenso projetado para corrigir alguns dos problemas enfrentados com o PoW. Este novo mecanismo de consenso, pretendia ser mais rápido, mais eficiente energeticamente, mais escalável e igualmente seguro, King e Nadal o chamaram de prova de participação (PoS).
Ao invés de depender de mineradores para resolver problemas complexos, o PoS simplesmente exige que os validadores depositem seus tokens de criptomoeda “bloqueando-os”. Essa participação, conhecida como staking, atua como garantia, e pode ser destruída se o validador se comportar de forma desonesta — ou não realizar suas tarefas em tempo hábil. Os validadores são responsáveis por verificar se os novos blocos são válidos.
Qualquer pessoa que tenha investido em um projeto de criptomoeda que usa PoS pode participar com os tokens que adquiriu e se tornar um validador, se assim o desejar. E, assim como no mecanismo PoW, os stakers e investidores são recompensados por seus esforços com tokens adicionais, dependendo de quantos tokens investiram no sistema PoS.
Staking tokens também lhe dá uma opinião sobre como um projeto é gerenciado, e quanto maior a quantia da sua participação, mais você tem a dizer. No entanto, para garantir que os projetos de PoS não se tornem muito centralizados e não possam ser comprometidos, geralmente há um limite de quantos tokens podem ser investidos. A maioria dos projetos não permitirá que os usuários invistam mais de 5% do fornecimento total de tokens.
A Ethereum, que estava usando o mecanismo PoW desde seu lançamento em 2012, acaba de mudar seu próprio sistema para PoS exclusivamente, em seu site justifica: “ é mais seguro, consome menos energia e é melhor para implementar novas soluções de dimensionamento”. Isso dá aos detentores de Ether a oportunidade de apostar tokens e se tornarem validadores para transações de Ethereum.
Vejamos o mecanismo do Ethereum para exemplificar como o PoS funciona. Primeiro, aqueles que desejam ser um validador devem depositar 32 ETH no sistema e, em seguida, instalar algum software em seu computador. Isso inclui um cliente de execução, um cliente de consenso e um validador. Uma vez aceitos, os validadores recebem novos blocos para processar.
Cada bloco consiste em uma série de transações, que devem ser re – executadas antes que a assinatura do bloco seja verificada para garantir sua validade. Concluído esse processo, o validador envia um “voto” a favor do bloco processado para o restante da rede. Uma vez que um bloco tenha votos suficientes, ele é finalizado e não pode ser alterado.
Então, já sabemos que o Ethereum considera o PoS uma alternativa superior ao PoW, e esse é certamente o caso em vários quesitos. Mas como a maioria das coisas, o PoS não é completamente perfeito. Tem suas vantagens e também suas desvantagens. Vamos dar uma olhada nelas para entender melhor o PoS e como ele difere do PoW.
Uma das maiores vantagens do PoS é que ele é significativamente mais rápido que o PoW devido à forma como as transações de criptomoeda são verificadas. O PoW requer recursos de processamento substanciais (computadores poderosos) para resolver quebra-cabeças criptográficos, enquanto o PoS simplesmente atribui validadores escolhidos aleatoriamente para a tarefa. Isso também torna o PoS muito mais eficiente.
Uma grande reclamação em relação ao PoW, principalmente daqueles que se preocupam com o meio ambiente, é que ele consome muita energia. O tempo que leva para processar as transações, juntamente com o poder computacional necessário, não é ecologicamente sustentável. PoS consome muito menos energia para alcançar essencialmente o mesmo resultado.
Além disso, o PoS é mais escalável, pois não requer o mesmo tipo de recursos e, de certa forma, é mais confiável. Com o PoW, os mineradores são livres para retirar seus recursos da cadeia sempre que quiserem, portanto, se não concordarem com a direção de um determinado projeto ou sentirem que não estão recebendo uma recompensa satisfatória, podem se afastar. Se mineradores ou pools de mineração suficientes desaparecerem ao mesmo tempo, isso poderá afetar negativamente todo o blockchain.
No entanto, com o PoS, isso é menos preocupante, pois os tokens do usuário ficam “bloqueados” no sistema por um determinado período de tempo. Além disso, é possível contribuir com tokens para ajudar o sistema PoS e ganhar recompensas sem realmente se envolver no processo de mineração, por isso é uma perspectiva mais atraente para aqueles que não podem pagar por equipamentos de mineração caros.
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Uma das maiores desvantagens de um mecanismo PoS é a governança. Como aqueles que investem seus tokens têm voz no projeto, é teoricamente possível que alguém com dinheiro suficiente adquira uma grande quantidade de tokens e tenha uma grande influência no projeto. No entanto, muitos projetos combatem isso limitando quantos tokens os usuários podem investir.
Outra desvantagem é o custo inicial para validadores, que devem adquirir uma certa quantia da criptomoeda nativa do projeto para começar. O PoW também não é exatamente barato, pois requer um computador potente, mas muitos de nós já possuímos um desses.
Finalmente, há preocupações de segurança que devemos levar em conta. Embora o Ethereum afirme que o PoS é mais seguro, isso não é necessariamente verdade. A ameaça de ataques é tão alta quanto no PoW, embora seja considerado mais caro atacar um sistema PoS – simplesmente por causa da quantidade de tokens que precisariam ser adquiridos para comprometer a rede.
Agora que analisamos as vantagens e desvantagens do PoS, você provavelmente pode ver por que o setor de criptomoedas precisava de uma alternativa ao PoW que fosse mais rápida e eficiente em termos de consumo de energia. O PoS também foi projetado para tornar as coisas mais justas – oferecendo à todos que se juntam a uma rede oportunidade igual de serem recompensados por seus esforços.
O PoW também permite que qualquer pessoa participe de uma rede em teoria, mas é incrivelmente competitivo, e os recursos de computador geralmente determinam quanto você pode ganhar. Isso significa que, se você tiver muito para gastar no melhor hardware disponível ou puder configurar um equipamento de mineração dedicado, terá mais chances de ganhar do que os outros.
PoS nivela o jogo. Você ainda precisará de algum capital para começar – ou uma certa quantidade de criptomoeda, para ser mais específico – mas a barreira de entrada não é tão alta.
Prova-de-Participação (PoS) é um mecanismo de consenso para validar transações de criptomoeda. É uma alternativa mais rápida e eficiente que a Prova-de-Trabalho (PoW). Se baseia no staking de tokens, ao invés da resolução de quebra-cabeças criptográficos complexos com um hardware potente.
A primeira criptomoeda a usar PoS foi o Peercoin, lançada em 2012, mas o mecanismo não se tornou popular até que o Ethereum adotou seu próprio sistema PoS em 2015. Hoje, muitas criptomoedas usam PoS, incluindo projetos conhecidos como Cordano e EOS.
A Prova-de-Participação usa o que é chamado de processo de “mineração virtual”. Este processo usa contribuidores de rede, assim como o PoW, exceto que, em vez de depender do hardware de seus computadores, utiliza seus tokens de criptomoeda. Quanto mais tokens você “bloquear” no sistema, maior será sua chance de ser selecionado para validar transações – pelas quais você será recompensado.
O processo de validação em si exige que vários contribuidores concordem com uma transação. Eles verificam se o remetente tem fundos suficientes e se a transação é válida e, uma vez que todos tenham concordado, a transação é adicionada a um bloco que se junta ao restante da blockchain.
Sim, há uma diferença entre PoS e PoW. Embora ambos os sistemas trabalhem para alcançar o mesmo resultado final e o processo de validação seja semelhante, o PoW conta com hardware ou nós de computador potentes para resolver quebra-cabeças criptográficos complexos, enquanto o PoS simplesmente exige que os colaboradores “participem” com seus tokens de criptomoeda.
Esse artigo foi feito para divulgar informações gerais para ajudar a educar um segmento amplo do público; não deve servir como informações de investimento, legais, ou como qualquer outro tipo de recomendação profissional ou empresarial. Antes de tomar quaisquer ações, você deve sempre consultar seu próprio profissional legal de finanças, de imposto, de investimento ou qualquer profissional que possa dar recomendações em assuntos que afetem a você e seu negócio.
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