O mundo de hoje nos oferece várias opções diferentes quando se trata de pagar por bens e serviços. Você pode usar dinheiro físico, cartão de crédito ou débito e, em alguns casos, até mesmo criptomoedas, como o Bitcoin. Nem sempre foi tão fácil, é claro. Há apenas 14 anos, as criptomoedas não existiam e, antes de 1966, nem mesmo tínhamos cartões de débito.
Então, como exatamente chegamos a esse ponto? Descubra neste guia da AAG Academy, onde vamos analisar a evolução do dinheiro desde a troca de milhares de anos atrás, até a chegada de notas em papel e moedas digitais.
Parece estranho pensar em um mundo em que o dinheiro não existe, mas até cerca de 5.000 anos atrás, quando o povo mesopatomiano criou o shekel – que acreditamos ter sido a primeira moeda do mundo – era exatamente assim que as coisas eram. Sem uma reserva de valor ou unidade de conta apropriada, as pessoas simplesmente trocavam bens e serviços.
Se um fazendeiro precisasse de madeira, por exemplo, ele poderia trocá-la por gado, grãos ou vegetais. Se um sapateiro desejasse uma fruta, poderia trocá-la por um par de sapatos. As pessoas trocavam coisas que estivessem cultivando, produzindo ou serviços que pudessem fornecer por aquilo que precisavam. Embora esse sistema fosse moderadamente eficaz, ele tinha algumas falhas óbvias.
Esse sistema de troca só era possível se houvesse o que os economistas chamam de “dupla coincidência de desejos”, em que duas partes possuem, cada uma, um item que a outra deseja. Quando essa coincidência não existia – ou porque uma parte precisava de algo que não estava prontamente disponível, ou seus próprios bens não eram atraentes para os outros – o sistema não funcionava.
Escambo e trocas ainda existem hoje. As pessoas frequentemente negociam bens e serviços em vez de usar dinheiro, mas os humanos reconheceram há milhares de anos que era necessário um sistema mais eficaz para tornar as transações mais justas e simples e para tornar os bens e serviços mais acessíveis. Eles também perceberam que precisavam resolver o problema da dupla coincidência de desejos.
É por isso que, por volta de 1.000 aC, os humanos começaram a usar as primeiras formas de dinheiro. Não eram moedas inicialmente, mas sim pequenas facas e pás feitas de bronze, estas foram usadas pela primeira vez pelo povo da China durante a dinastia Zhou. Esses itens podiam ser feitos ou ganhos e, em seguida, trocados por quaisquer bens ou serviços que o titular necessitasse.
Por volta de 770 aC, os povos da China e da Índia começaram a fabricar moedas reais feitas de bronze, prata e ouro. As moedas foram carimbadas ou perfuradas com insígnias, cada uma representando uma denominação diferente. Pela primeira vez na história humana, o mundo tinha um meio de troca adequado com um valor claro que todos podiam reconhecer.
Por volta de 500 aC, o conceito de moedas se espalhou entre as cidades e ilhas gregas e ao sul da Itália. Nos anos que se seguiram, as moedas se espalharam, de forma lenta mas constante, para outras partes do mundo antes de se tornar generalizada.
A adoção das moedas foi reforçada com a cunhagem oficial, a primeira das quais ocorreu por volta de 600 aC, quando o rei Alyattes da Lídia começou a emitir moedas feitas de eletro. Acredita-se que o sucessor de Alyatte, o rei Croesus, foi o primeiro monarca a emitir moedas feitas de ouro. Elas se espalharam para a Pérsia quando Croesus foi capturado em 546 aC.
A China não só foi a primeira a reconhecer a necessidade de moedas, como também estava à frente dos outros quanto a necessidade de uma alternativa mais leve para transações maiores. No início dos anos 600, durante a dinastia Tang, comerciantes e atacadistas começaram a emitir notas de crédito em papel que poderiam ser usadas no lugar de moedas volumosas para transações comerciais maiores.
No século XI, a dinastia Song contribuiu para difundir as notas de papel.
Surpreendentemente, elas eram usadas ao lado das moedas, assim como são hoje, e não no lugar delas. Em um esforço para impedir a reprodução não oficial, as notas apresentavam uma inscrição em chinês que dizia: “Aqueles que falsificam serão decapitados”.
Outros adeptos iniciais da cédula de papel incluem o Afeganistão e o Tibete. Graças a viajantes como Marco Polo e William de Rubruck, que divulgaram suas experiências em terras estrangeiras, as notas de papel foram posteriormente adotadas na Europa. As primeiras notas usadas na Europa foram, na verdade, emitidas por governos norte-americanos, que as usaram para comprar mercadorias europeias.
O comércio internacional ficou significativamente mais simples com o advento do dinheiro digital. Isso ocorreu durante a segunda metade do século 20, quando a tecnologia de computador se tornou sofisticada o suficiente para permitir que o dinheiro fosse representado em formato digital. Em 1990, todo o dinheiro transferido entre os bancos centrais e comerciais nos EUA já era digital.
Isso permitiu pagamentos significativamente mais rápidos, eficientes e flexíveis e abriu caminho para uma nova geração do comércio internacional. Nos anos 2000, a maior parte do dinheiro existia digitalmente nas bases de dados dos bancos, cerca de uma década depois, entre 20% e 58% de todas as transações eram digitais, dependendo do país.
Fãs de criptomoedas de longa data saberão o significado de 2009, quando o Bitcoin – a primeira criptomoeda do mundo – fez sua estreia pública oficial. Seu criador, Satoshi Nakamoto, o projetou para ser uma alternativa às moedas fiduciárias, o que resolveu muitos dos problemas que Nakamoto reconhecia em moedas e sistemas bancários tradicionais.
O Bitcoin popularizou não apenas as moedas digitais, mas também a descentralização – que tirou o poder e o controle dos governos e outras entidades centrais – e a tecnologia blockchain com segurança criptográfica. Hoje, existem mais de 12.000 criptomoedas, e todas foram construídas sobre as bases estabelecidas pelo Bitcoin.
Você pode se interessar por: O que é criptomoeda?
Treze anos depois, o Bitcoin é aceito por mais de 15.000 comerciantes, incluindo algumas das maiores marcas do mundo, como AT&T, Microsoft, Twitch e Wikipedia. Talvez não seja tão difundido quanto seu criador esperava, mas a adoção certamente está em alta. Além disso, o Bitcoin é de longe a criptomoeda mais valiosa do mundo.
Ainda é muito cedo para dizer se as criptomoedas serão tão difundidas quanto as moedas tradicionais, mas certamente não vão a lugar nenhum no futuro próximo.
A criptomoeda tem várias vantagens em relação às moedas fiduciárias tradicionais. É quase impossível falsificar, é mais flexível e mais acessível para transações internacionais. Na maioria dos casos, também é completamente descentralizada e livre de regulamentação.
Uma indústria de criptomoedas não regulamentada tem muitas vantagens, mas alguns especialistas alertaram que, devido ao quão valiosa se tornou, têm o potencial de causar consequências macroeconômicas significativas se for mal administrada.
Usar alternativas digitais para moedas e notas não é apenas mais conveniente, mas na maioria dos casos é mais rápido, seguro e flexível.
A criptomoeda certamente tem suas vantagens, mas também há desvantagens. Portanto, embora o uso de criptomoeda seja melhor em alguns cenários – como transferir dinheiro entre diferentes países – é pior em outros, como quando você deseja comprar bens e serviços de comerciantes e fornecedores que não aceitam criptomoedas.
Esse artigo foi feito para divulgar informações gerais para ajudar a educar um segmento amplo do público; não deve servir como informações de investimento, legais, ou como qualquer outro tipo de recomendação profissional ou empresarial. Antes de tomar quaisquer ações, você deve sempre consultar seu próprio profissional legal de finanças, de imposto, de investimento ou qualquer profissional que possa dar recomendações em assuntos que afetem a você e seu negócio.
Seja o primeiro a receber a newsletter sobre nossa empresa, com atualização de produtos e de mercado.